quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Somente... Alice.

Alice teve tantas resoluções que se confundiu toda e entregou os pontos: "Eu nunca consigo fazer nada do que me proponho.". Todos os dias sua cabeça parecia funcionar como um livro de auto-ajuda, com frases prontas e uma motivação forçada. Ao mesmo tempo as coisas não estavam ruins. Ela estava bem. Feliz. As coisas dando certo no trabalho e com uma boa possibilidade de crescimento. A vida amorosa bem divertida... Mas, se Alice consegue afastar (ao menos temporariamente todos aqueles fantasmas, tem um que ainda é mais resistente.
É o fantasma da culpa.

Nada pode estar tão bem assim, certo? Porque afinal, o que ela fizera para merecer isso?
Sempre teve tudo que precisou na vida. Nunca faltou comida, família, carinho, amigos, amores... Houveram sim, os momentos dificeis, de rejeição, de fracasso, mas nada tão grave se comparado a muitos problemas enfrentados por aí.
É claro que a proporção dos problemas é de acordo com a realidade de cada um. Mas ...

Alice sempre teve uma fraqueza emocional relacionada à culpa. Ela nunca se sentiu forte, batalhadora... Mas sempre foi. Lutou contra dogmas e idéias pré-concebidas. Tomou decisões difíceis, correu atrás de seu sonho, foi filha, irmã, amiga, namorada. Teve muitas alegrias mas enfrentou várias decepções e foi muito forte quando realmente precisou. E mesmo assim sua cabeça continuava afirmando que ela era fraca. Todo ano ela fazia promessas e mais promessas incumpríveis. Sábias vozinhas ao seu redor diziam "Você não vai mudar fazendo sempre a mesma coisa." Tá certo. Mas afinal, o que ela tinha que fazer? Ja havia passado por terapias diferentes, cursos diferentes, cidades diferentes, namorados diferentes.
Ou ela era um problema sem solução ou ela estava encarando as coisas da forma errada.

É claro que seus atos sempre teriam consequencias: se comer demais e não fizer exercício, vai engordar. Se não arrumar a casa, ela vai ficar bagunçada.... Mas o mais importante é que tudo que ela fizesse fosse feito por ela e não para satisfazer uma expectativa alheia que ela colocou.

Será que a principal mudança que precisava ser operada não era a a de aceitar quem ela realmente era? E nao de tentar satisfazer uma imagem que ela achava que os outros tinham dela???

Percebeu que ter pontos fracos não equivalia necessariamente a ser fraca. E que esse modelo de perfeição que ela buscava era inatingivel e por isso mesmo sempre frustrante.
Descobriu que a cabeça dela não lutava contra ela, como ela sempre achou, mas estava sim, tentando lembrá-la de que não daria conta de acompanhá-la nesse novo eu que ela estava tentando criar. Não era ela, mas um personagem.

Então Alice deixou de fazer resoluções e partiu para a ação.

Resolveu assumir seus defeitos. Dos quais tanto se envergonhava. Aqueles que atrapalhavam seu ideal de perfeição. Suas crises de preguiça, sua teimosia excessiva, sua autocrítica, seu veneno, sua mania de ser dona da verdade, sua barriga, sua celulite, sua flexibilidade terrivel... entre muitos.
Poderia melhorar neles. Estabeleceu uma rotina necessária à vida que escolheu, mas sem cobranças demais. Sempre fazendo o seu melhor possivel.

Mas mais do que nunca Alice resolveu assumir suas qualidades. Seu talento, sa voz, sua inteligencia, sua capacidade de fazer bem feito, sua lealdade, sua intensidade, sua alegria, sua beleza... entre muitas. Tudo de bom que morava nela.
Seus pontos fortes. E se divertir com eles.

Muitas coisas aconteceram para que Alice chegasse nesse ponto, coisas boas e ruins. É a vida. E ela descobriu que era isso que fazia ela ser quem era. Talvez seja aí que aconteceu a grande mudança. Porque Alice enfim percebeu que não era um personagem. Que tentando agradar todo mundo ela estava desagradando quem devia ser mais importante naquela história toda: Ela mesma.

E assim, sem mais promessas, pela primeira noite em decadas - apesar de sempre achar que isso acontecia - Alice dormiu tranquila. Sem culpa. Tendo o chão aos seus pés e o futuro à sua frente. E se sentiu como qualquer ser ser humano. Sem personagem. Somente... Alice.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Novo de novo...

Novas nuances... porque renovar é sempre bom.
Tirar a cara de velho. Sacudir a poeira.

Odeio rotina. Da sempre para se reinventar. Da cor do blog à atitude frente aos percalços da vida. É tão bom limpar tudo! Guarda roupa, papeis, sentimentos... Tudo limpo, fresco e novo. Pra dar um ar de começo.
Ja percebi que quando tudo começa a ficar muito igual eu começo a ficar muito aflita. Odeio tédio. Mesmice. Gosto de respirar novos ares colecionar novos rostos. Experimentar sabores. Me faz sentir viva. As vezes pequenas mudanças externas tem um efeito primordial dentro de nós. Da cor de uma parede a um corte de cabelo.

Planos de mudança (futil, mas bem interessante) atuais:

  • Mudar as cores de algumas paredes do meu ap - já estou providenciando.
  • Dar uma cara menos chata (e mais saudavel) pro meu cabelo - falta confiar num cabelereiro daqui, mas eu vou encontrar!
  • Remontar meu quarto, agora (finalmente) com o computador dentro dele - encaminhado tb!
  • Conseguir deixar tudo do jeito que eu encontrei, sem que no final da semana pareça que passou um furacão em casa - isso requer um certo milagre, mas eu chego lá!
  • Tirar tudo o que eu naum estou usando do meu guarda roupa - já to fazendo, depois de enrolar anos...
  • Fazer exercícios e emagrecer (sempre)- Matriculada pela milesima vez na academia e me alimentando de folhas e coisas sem gosto (mas aperfeiçoando minha culinaria light!) ... Agora vai!

E por que não poderr ser fútil ...? Seriedade demais cansa... é necessario poder pensar superficialmente de quando em quando...

Parece até promessa de Ano Novo... mas quem sabe sendo no decorrer do ano eu não sigo mais à risca?? Não custa tentar...

Entao bem vindos ao novo, mas sempre com a essência do velho. Porque a essência não muda. Mas aprende com o que vem por aí e fica com uma cara mais atual (e de preferencia, melhor!).

Tin-tin!


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

DÊ UM NOME PRO MEU VíRUS!!!

Atenção pessoas!!!

Como o Virus/Spyware do meu computador se recusa a ir embora e já está aqui há um tempinho, resolvi que a melhor política é a da boa convivência! Cansada das discussões sobre se vírus é vida ou não, e reconhecendo que hoje em dia com essa história de Second Life tem até McDonalds virtual pra comer virtualmente, resolvi admitir sim que essa coisa que ta me dando nos nervos é um ser e que devo respeitá-la.
Então estou fazendo uma campanha:


DÊ UM NOME PRO MEU VíRUS!!!
Porque toda criatura merece ser reconhecida!


Algumas particularidades do dito cujo pra facilitar:

- Ele roubou minhas senhas
- Mandou scraps e emails contaminados pros meus amigos
- Desliga meus dois antivirus e antispyware quando vai ser pego
- Reprograma as entradas permitidas.
- Desliga o computador quando quer.
- Quando não desliga os antivirus, finge que é apagado, mas quando o computador é reiniciado ele volta com força total, rindo da minha cara.
- Adora atrapalhar o word (abre e fecha)

Algumas sugestões já surgiram via msn:

- Incrível Bug
- Gonorréia Cibernética
- Inimígo Intimo
- AntaVírus
- HDV
- Cyber Demo


Como ele é do tipo Trojan Horse, pode ser um nome grego tb... à vontade...

Então aguardo as idéias, pra ver se, agradando o bichinho, ele fica menos bravo, porque eu to sem dinheiro pra consertar o pc agora!

- Se alguem tiver uma sugestão pra eliminá-lo (eu ja tentei de tudo), aceito tb! Só naum conta pra ele... pssss!!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

About...

Bom.. não to conseguindo publicar porque alguem muito legal colocou um spyware sinistro no meu pc...
Aproveitando meus ultimos minutinhos num cyber, só vim dizer que to viva ainda, rsrsr...

Normalmente eu ignoro as críticas não construtivas e os comentarios anonimos maldoso, mas esse ja é o terceiro seguido então, ok.. eu me manifesto se é que isso vai gerar algum conforto.
Queria dizer uma coisinha só:

Este blog não tem pretensão de ser diário, revista, crítica ou tratado...
Uso este blog para publicar coisas que escrevo, algumas atuais outras antigas.
Não tenho ordem cronologica, a não ser quando digo isso no texto.
Então, posso mudar de assunto, de humor... enfim... ser eu mesma.
E obviamente os posts não sao sempre sobre a mesma coisa, pessoa ou situação. Obviamente.

Minha definição é ser indefinida. Talvez seja isso que me define como ser humano. Acho a vida muito sem graça quando se anda em linha reta e não acredito em quem diz que sente a mesma coisa todos os dias. Estar não quer dizer ser. Nem feliz nem triste. Ser é viver. Viver é subir e descer, mas sempre continuar caminhando.

Beijos a todos...

-- E tenham sempre a liberdade de criticar.Se for pra ajudar, nunca é demais. Pode-se fazer o que for, mas sempre pelas razoes certas. Amém

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Alice decide respirar


Alice estava estressada. Por não fazer absolutamente nada. O ócio pode ser tão aflitivo quanto a sobrecarga.
Alice estava à toa.
Ao léu.
De pernas para o ar.
E olhos opacos.
Enfim... Primeiro ela leu os livros que tinha. Então passou horas no computador. Ouviu todo seu repertório músical. Decorou a programação da tv. Sentiu falta de ar.

E enjoou da própria vida.

Cansada desse eterno descansar, fechou os olhos e entrou na toca do coelho atrás de uma vida diferente, de um novo ar.
"Nada melhor do que poder se afastar, que seja por 5 minutos, para respirar..." pensou ela.
E lá se foi, disposta a viver outra vida por algum tempo.

Caiu num lugar muito acolhedor.
Com cheiro de bolo e cafuné!
Em vez de cartas de baralho, dessa vez encontrou pecinhas de Scrabble.
Em vez de rosas, flores de Manacá da Serra.
Brincou, saiu, bebeu, tirou fotos com cara de viagem.
Respirou!
Conheceu gatos, chapeleiros, lebres e lagartas. Ganhou inúmeros abraços!
E riu, muito!
Ia ficar um fim de semana. Depois uma semana. Depois duas...
Nao queria ir embora. Viver ali era tão divertido! Se sentiu atriz, sendo uma personagem... mas, ambigüamente, há muito tempo não era tão ela mesma, em sua essência mais profunda.

Um mês depois, Alice acordou. Estava de volta... com ares renovados. E dessa vez a vida começou a acontecer.
"A vida parece que foi juntando coisinhas boas nesse tempo em que saí pra respirar..."
E, renovada, como se nunca tivesse apanhado, Alice deu a cara a tapa. E voltou a ser feliz, e não ter tempo pra nada... quase como o coelho branco... mas sorrindo! Recuperou o brilho nos olhos. E teve a sensação de liberdade de saber que poderia se tornar espectadora às vezes, para não matar o sorriso por asfixia.
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Obrigada Aninha!!
Obrigada Simone!!
Obrigada Campinas e todas as pessoas maravilhosas que conheci (ou re-conheci) aí!!
Obrigada por salvar meu sorriso, e aliviar minha respiração.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Angústia de quarta à noite

De repente me deu medo.
Invadiu-me a solidão.
Fez frio.

Pensei que você podia morrer
E eu podia ficar.
Pensei que se você morresse meu coração ficaria apertado
E não desapertaria nunca mais.

Nunca mais ver seu rosto congelaria meus ossos
E eu viveria de culpa.
Desculpa.
Diz... culpa...

A tal insegurança que eu tentei jogar fora
Apoderou-se de mim
E derreteu meus ideais em lágrimas profundas.

Estou com a alma inundada.
Os pensamentos afogados.
Só as mágoas sabem nadar
E respiram submersas nessa mar amargo.

De repente senti medo de perder.
De olhar e não ver nada.
De ficar a ver navios.
Tive um arrepio profundo.
E corri
E corri
E corri
E cheguei ofegante ao fundo do corredor
E me aninhei no canto mais escuro
sem respirar.
Tudo se foi
Está?
Se vai.
Tudo se vai.
Meus olhos se vão como água
Escorrem por todo o meu rosto
E o gosto que fica na boca
É de sal.

sábado, 16 de agosto de 2008

Sobre liberdade e borboletas

Eu sempre fui medrosa pra muita coisa. Corajosa pra algumas outras, claro.
Mas sempre tive medo, por exemplo, de brinquedos radicais de parque de diversão.
Montanha russa, o tal do elevador que cai... é entrar em um pra virar criança e começar : “Ai meu deus! Não quero mais brincaaaaaaarrr!” e sair quase chorando, com cara de “não teve graça”. Por isso, quando o Rafa, meu amigo, me chamou pra pular de para-quedas, neguei na hora. A imagem que me vinha à cabeça era um ataque cardíaco em plena queda livre.
Ele insistiu... e eis que eu disse: “Ah , acho que asa delta eu até encaro, pelo menos vc não cai, você voa!” Passou-se um ano... o assunto já adormecido, quase esquecido, de repente ressurge numa conversa de MSN.
E tomou corpo e marcou data!
Liguei pro pessoal do vôo livre sempre com borboletas no estomago e gelo na barriga!
Comecei a contar pras pessoas sempre com uma estranha euforia (ou medo?) pra ver se eu me apropriava da idéia.
Na verdade, sempre tive vontade, mas cadê a coragem?
O Leandro, outro amigão, resolveu ir também
Mais um incentivo. Agora tava ficando mais difícil amarelar.
O Rafa chegou de viagem na sexta.
O Leandro veio aqui pra casa sábado de manhã.
E fomos lá encarar a fera, ou... a altura. Olhei de baixo, vi a Pedra Bonita lá em cima e minha mão começou a suar... Muito medo... medo, medo... enquanto isso estamos lá assinando termos de responsabilidade (MEDOOO!). Entramos no carro do instrutor e la vamos nós subir!
Cheguei lá... achei tudo lindo, vista linda... muitas pessoas felizes, varias Asas coloridas... clima de felicidade e ultra coragem.
Coloca equipamento, tira foto... treina a corrida, tira foto, fica olhando as pessoas voarem tira foto...
Pra acalmar eu pensava: “Lívia, imagina que você está quase entrando no palco, e ta com medo de esquecer tudo o que ensaiou, mas ai você entra e faz!"
Tira mais fotos sorridentes pra esquecer do resto!
E entaum... la vamos nós pra beira da rampa...
Borboletas de todas as cores. Gelo polar. Senti meu coração na boca... ele quase pulou, mas....
... Eu corri antes, até o vazio e fiquei suspensa no ar - gritando igual uma maluca.
Doses cavalares de adrenalina.
E lá estava eu voando!
Vendo essa cidade linda e sentindo como nunca antes a sensação de liberdade, de coragem, de vida correndo nas veias!
Voando sobre as árvores, sobre a praia, sobre o mar...
Voando sobre meus medos, sobre minhas neuras, sobre minha vida!
Desci com um sorriso gigantesco e com a sensação de ser a pessoa mais forte do mundo!
Aumentei a quantidade de coisas que eu quero fazer, que eu sei fazer, que eu posso fazer!
Porque o medo é normal, mas posso usá-lo ao meu favor!
Liberdade alimenta a alma. Recomendo.




- Obrigada ao Ricardo, piloto, que foi maravilhoso comigo!
- Obrigada Leandro, por embarcar nessa com a gente!
- Obrigadíssima Rafa, esse foi um dos melhores presentes que já ganhei!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Último suspiro

A vida está cheia de provérbios para as situações difíceis. “Não existe crescimento sem dor”. “Há males que vem para o bem”. Vários clichês que hoje em dia são heroicamente mascarados em livros de auto-ajuda. Alice abomina esses livros, mas se rende à cultura popular... Por que por mais que se tente modernizar... Parece que o homem é o homem no mundo que é o mundo desde sempre. E tudo quer dizer a mesma coisa. Vários caminhos para se chegar a uma só conclusão.

Nos últimos dias algo que estava agarrado no peito de Alice deu seu último suspiro. Já estava se extinguindo, cada vez mais fraco, mas com algumas brasas ainda ardendo... Bom, finalmente elas se apagaram.

21 gramas a menos e Alice permanece inteira.
“O que não mata fortalece”. E Alice está mais forte.
Em sua bipolaridade artística pode-se dizer que está na fase + da pilha.

Obviamente ela vive, a vida não parou nesse tempo... A tragédia não precisa ser grega.
Mas havia a tal luta contra seus fantasmas interiores.
Não sei se eles se foram ou só se esconderam, só sei que por agora deixaram-na em paz.

Sim, ainda está confuso, sempre estará – de certa forma. Mas essa é a conclusão de um processo embaçado, então melhor não esperar mais que isso.

Alice olhou a redor e percebeu que tem pessoas maravilhosas ao seu lado. “Pau pra toda obra”. E que isso não tem preço.
Percebeu que “a felicidade não é uma permanência e sim um estado”, e que só cabe a ela prolongar seu tempo de duração.
Alice viu que a vida passa e ficou brava de ficar só olhando. Tão brava que a cabeça dela esquentou, as cores descongelaram... ela voltou a pensar macio. Pensa algodão, cetim, seda...

Porque Alice que se preze... triste... não dá.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Fantasmas no país de Alice


Alice é uma garota feliz na maior parte do tempo. Cheia de vida e de curiosidade, quer descobrir o mundo com os cinco sentidos. Quer respirar cada segundo que tem pela frente como se fosse o único.

Na maior parte do tempo. Porque como qualquer ser humano, Alice precisa ser triste as vezes. Precisa ter duvidas, precisa poder chorar. Precisa se sentir feia, gorda, insuportavelmente chata e se trancar em casa para não ver ninguém. Algumas vezes também, ela precisa ser triste, mas não se isolar. Quer ganhar abraço, cafuné e palavras bonitas. Fraquezas de alguém imperfeito... como qualquer ser humano.

Quando Alice é triste ela desperta fantasmas adormecidos...
Esses fantasmas se alimentam de cinza. Não gostam de cor e vão fazer de tudo para que em sua cabeça não haja vibração. Eles conversam com ela e cada palavra é como um sopro frio, capaz de congelar o vermelho mais intenso.

A fraqueza de Alice não é ser triste às vezes. É ouvir o que dizem esses fantasmas dela mesma. E acreditar neles. É deixar que seu pensamento vá esfriando até não conseguir mais se mover.
Ela só consegue vencer a batalha quando olha pra trás e percebe que o tempo está passando, a vida está passando. Então, em vez de triste fica brava, muito brava. E sua cabeça esquenta e descongela as cores. E então volta a pensar rosa verde, azul... e volta a sorrir...

Atualmente Alice está na fase cinza . Volta a lutar com seus fantasmas mais assustadores, quando na verdade preferia se esconder debaixo da cama. Ela só quer dormir, mas no fundo tem a esperança de pensar colorido de novo... e dessa vez pra sempre...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Descobertas, ou... rindo de mim mesma...

Acidentes acontecem. Comigo e meu jeito meio desastrado, acontecem com certa frequência (bate a cabeça, corta o dedo...). Depois de uma fatidica topada no sábado de manha eis o que descobri ao quebrar o dedo-mindinho-do-pé-esquerdo:

  • Descobri o que eu já sabia... que esse maldito suporte da geladeira que tem na cozinha só serve pra quebrar o pé...
  • E que o dedo mindinho só serve pra doer... e capricha!
  • Que é possível já ter quebrado os dois dedos mindinhos do pé e quebrar o esquerdo de novo...
  • Que ouvir o dedo quebrando é estranho.
  • Que falar que quebrou o mindinho, primeiro causa incredulidade, depois causa comoção e depois riso.
  • Que eu consigo andar rápido usando um pé e meio. Na verdade eu já sabia disso devido às experiências anteriores, então, redescobri.
  • Que as sacolas do Sendas e do Prezunic não são nem um pouco resistentes porque quando vc coloca no pé (ta chovendo esses dias) elas rasgam com 2 quarteirões... então vou investir em sacos de lixo bem grossos!
  • Ah! E que deviam haver sacolas de cores diferentes pra combinar com os sapatos do outro pé!! (Santa futilidade!)
  • Que sou resistente à dor, mas não à possibilidade de não poder fazer a peça...
  • Apesar de ter perdido uma cena por não poder molhar o pé, descobri que um dedo quebrado não me impede de atuar.
  • Que meus amigos mineiros queridos são mais queridos ainda depois de passar horas no hospital comigo em pleno Rio de Janeiro ensolarado (ainda bem que tinha ar condicionado) e aturar minha crise de nervos por causa disso.
  • Que dá vergonha de ir prum hospital público com um dedo quebrado enquanto pessoas morrem de dengue. Mesmo sem grana, nem me atrevi...
  • Que devia trabalhar fazendo curativos, porque eu estaria rica. (queriam me cobrar 140 reais para colocar esparadrapo no meu pé, acreditam??)
  • Que ainda existem médicos que não ligam só pra dinheiro.
  • Que nem todo ortopedista atende mal...
  • Que a radiografia do pé fica estranha quando eles está de lado, porque parece que os dedos são tortos.
  • Que sou capaz de usar um vestido arrumado com havaianas cor-de-rosa.
  • Que sei dançar mexendo só um pé, mas dá muito medo de ficar numa pista cheia de gente (vai que pisam...)
  • Que não podia ser ninguém além da Júlia pra fazer a cena das uvas.
  • Descobri também que minha ansiedade está em alta, porque só hoje consegui fazer o que deveria - ficar deitada com o pé pra cima.
E com isso tudo confirmei que a melhor política é sempre rir de si mesmo... senão a vida fica muito chata.

E, vamos falar sério... quebrar o mindinho do pé 3 vezes... tem que rir...
  • Ah! Descoberta além do dedo: Esse blog devia se chamar Canto da Insônia, porque eu só atualizo quando não consigo dormir!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

E agora???

"No momento seguinte, lá entrou Alice atrás do Coelho, sem sequer pensar como é que iria sair da toca de novo.
A toca continuava reta como um túnel por um tempo e depois afundava de repente, tão de repente que Alice não teve como pensar em parar antes de começar a cair no que parecia ser um poço muito profundo.
Ou o poço era muito fundo, ou ela estava caindo muito devagar, pois teve bastante tempo para olhar ao redor enquanto caía e para se perguntar o que iria acontecer a seguir. (...)"


Estreei... ! E então, achei que estaria com a cabeça mais leve e retomei a ideia de falar de literatura no blog: comecei a escrever um texto sobre as primeiras impressões que estou tendo da leitura de “O amor nos tempos do Cólera”, do Garcia Márquez, no original (E viva a Livraria da Travessa!)... e o texto simplesmente não fluiu. Na verdade cheguei à conclusão de que vou recomeçar a ler o livro, porque minha concentração na leitura está escassa (passei um dia livre e não li uma linha a mais que ontem) e, convenhamos... Garcia Márquez tem que ser respeitado. Quando vi, o texto ja tinha mudado e eu estava escrevendo sobre outras coisas... Sobre o momento que estou vivendo e as pulguinhas que não saem de trás da mnha orelha...

E afinal... que momento tão específico é esse? A peça estreou. O trabalho é mágico! O publico está gostando muito (!!!), estou menos atribulada... Mas minha cabeça está a mil!!!

Quer dizer, para estar oficialmente desempregada, ainda faltam uns dias, porque as apresentações da formatura, pela CAL, só terminam no domingo. Então, a partir de segunda é que a coisa aperta. Aí, com a carteira de trabalho na mão, entro pras estatísticas...

Daqui pra frente... eu não tenho a menor idéia do que vai ser. Tá, a menor idéia é um pouco de exagero... é claro que durante esse tempo todo eu andei me preparando... Mas é quase como a Alice, quando cai dentro do poço... a sensação é de que atravessei a parte reta da toca e agora, de repente, começo em uma queda livre para um estágio diferente. Chegou a hora de tentar passar por portinhas minúsculas e de tentar alcançar fechaduras muito altas, de sorrir sorrisos flutuantes e chorar mares de lágrimas, de arriscar numa encruzilhada sem saber se o que me espera, de comemorar desaniversários, pintar rosas brancas de vermelho e jogar criquete com a Rainha de Copas...

Estou feliz (muito!)... estou no caminho que escolhi! Mas realmente, Alice, correr atrás do coelho branco dá muito frio na barriga!

Como conseguir ser atriz numa cidade em que todo mundo é “artista” e num país (meu país!) onde isso é cada vez mais difícil? Como entrar num mercado onde Ex-Big Brothers conseguem o registro profissional do SATED antes de atores que estão se formando? Como fazer arte no meio disso tudo? Como vender meu trabalho sem vender minha alma? Como fazer com que a minha arte tenha sentido na minha vida e na vida das pessoas, e ainda assim conseguir o pão de cada dia? E como conseguir viver de arte, sin perder la ternura jamas?

Aguardem os próximos capítulos... a vida de atriz desempregada começa agora...


--- Gostaria de agradecer as manifestações de apoio de todos, em especial da Aline, amiga querida, que não deixou de me visitar em nenhum post!

--- Douglas: Na verdade são 200 garrafas de vidro, vazias!! Rsrsrs... Quanto aos 30 kgs de uvas... esses estão lá... e sou eu que uso em cena!! Fotos depois! E obrigada pelas opiniões sobre o blog! Eu ja tinha umas idéias a respeito, mas foi depois da nossa conversa que fiz a mudança!

sábado, 5 de abril de 2008

Peça de formatura!!!





"LEONCE X LENA "
Texto de Georg Buchner
Tradução João Marschner
Direção e Trilha Sonora de Thierry Trémouroux
"Todo homem é um abismo, e alguém é capaz de ter vertigens se olhar para baixo" (G. Büchner).Apesar de ter morrido jovem, aos 23 anos, e de ter escrito apenas três peças (A Morte de Danton, Woyzeck e Leonce e Lena – além de uma novela inacabada, Lenz), Büchner é reconhecido como um dos maiores dramaturgos alemães de todos os tempos e um dos precursores do teatro moderno.
Atrás da história de amor entre o príncipe Leonce e a princesa Lena, o autor tece uma sátira da degradação do homem, tanto na realeza com sua apologia da preguiça, quanto na vida dos camponeses, que apesar do exaustivo trabalho, padecem de fome.
O riso de Büchner permanece medonho, rindo da condição humana. Na verdade, a crítica social em Leonce e Lena não é a razão de ser, mas apenas uma parte do fatalismo que perpassa esta comédia que se pergunta sobre "o sentido da vida".
Teatro GLÁUCIO GIL Praça Cardeal Arcoverde, s/nº - Copacabana - Tel: 2299-5581
Temporada: de 03 a 13 de abril de 2008, de quinta-feira a domingo, às 20:00 h

quarta-feira, 2 de abril de 2008

CLEARLY NON-CAMPOS

Álvaro de Campos

“Não sei qual é o sentimento, ainda inexpresso,
Que subitamente, como uma sufocação, me aflige
O coração que, de repente,
Entre o que vive, se esquece.
Não sei qual é o sentimento
Que me desvia do caminho,
Que me dá de repente
Um nojo daquilo que seguia,
Uma vontade de nunca chegar a casa,
Um desejo de indefinido.
Um desejo lúcido de indefinido.

Quatro vezes mudou a 'stação falsa
No falso ano, no imutável curso
Do tempo conseqüente;
Ao verde segue o seco, e ao seco o verde,
E não sabe ninguém qual é o primeiro,
Nem o último, e acabam.”

CLEARLY NON-LÍVIA

Será que é possível se desfazer daquilo que compõe nossa verdadeira essência? E como contrariar essa essência sem seqüelas? E porque necessariamente, viver de acordo com um sistema deve ser negar essa essência? Qual é o verdadeiro limite entre idealismo e realidade e ate que ponto esses dois modos podem conviver sem passar um por cima do outro?

É possível ser artista e ter uma mente sadia... confortável? É possível ser artista e querer dormir 8 horas todas as noites? É possível ser verdadeiro com a arte sem abrir mão de boa parte da vida? Deveria ser, pelo menos segundo o desejo daqueles que só assistem... Mas olhando de dentro, percebo que muito se perde nessa conciliação, na necessidade de satisfazer determinados padrões pré-estabelecidos. E o que é o artista além de alguém destinado a romper os padrões? A ampliar os horizontes? A mostrar um novo modo de ver e viver a vida?

Estou estreando uma peça, minha peça de formatura, a realização de um sonho, na quinta-feira. E a verdade é que, há um mês, eu não me sentia capaz de estrear. Tive uma crise de ansiedade e travei. Travei mesmo. Não tinha vontade de ensaiar, impensável... Tinha muito a provar para todos, mas principalmente para mim mesma. Provar que era capaz, equilibrada, madura, formada, e “normal”. Minha autocrítica era cruel demais para permitir que eu fizesse qualquer coisa e as críticas, mesmo que certas, eram duras demais para o que eu agüentava ouvir. Coloquei a culpa na escola, no diretor, na peça, em mim, e cheguei a pensar em parar... talvez não fosse para mim...

E hoje, após uma reflexão profunda, horas de terapia e a peça montada, descobri que na verdade eu tentava fazer o caminho de volta para a minha essência de artista, que estava se perdendo... engolida pela vida diária e por promessas de um mundo que não me pertencia.

Ao voltar a ESTAR PRESENTE no palco, redescobri o porque de ter lutado tanto para chegar onde estou hoje. Lembrei o porque de ter deixado para trás família, amigos, amores, cidade, redescobri aquela necessidade visceral de estar em cena. Aquele desejo quase orgânico de transcender no palco, de ensaiar todos os dias, de cuidar da personagem, de CRIAR...e de ser CRIADA, ao mesmo tempo, dessa força maior que é meu motivo de existir.

Pensando nisso tudo, me lembrei também daquelas noites sem dormir, quando eu estava no meu quarto, em Minas, provavelmente antes de alguma prova de física, ou matemática, e eu via na minha frente, um mundo completamente diferente e necessário, onde enxergar e ouvir tinham amplitudes muito maiores... e onde existir tinha um significado pleno. Quando eu me revirava na cama pensando que a minha vida seria completa se eu fizesse teatro.

E aqui estou... e finalmente! Realizando sonhos... construindo imagens... mas principalmente, lutando para não perder minha essência. Grata por tudo o que tenho mas com um eterno vazio que precisa de arte para ser preenchido...





sábado, 8 de março de 2008

Outras intenções

Bom... Estou adorando isso de blog e estou descobrindo novos propositos para ele além da literatura... é mais... tipo... um espaço meu, pras minhas ideias... livros incluidos, mas não unicamente.

Um pouco mais sobre mim:


  • Mineira no Rio de Janeiro há 3 anos.
  • Branca, muito branca. Muito branca mesmo. Protetor 60 pra sobreviver nesse lugar.
  • 23 anos
  • 1,72
  • Artista por não saber fazer outra coisa.
  • Atriz, me formando agora em abril!! Amo o que eu faço!
  • Cantora, isso vem de família.
  • Completamente dividida entre o amor pelo teatro e a música. mas com a certeza de que é por ai, rsrs.
  • Viciada em livros, sou frequentadora assidua de sebos (principalmente na Rua da Carioca).
  • Música, música, música!!
  • Sou eclética no ouvir... gosto de bastante coisa. NÃO GOSTO de axé, mas prefiro ainda do que funk, ou sertanejo (arrepios...). Amo Rock MPB, Samba, música clássica, e to ouvindo muuuito jazz ultimamente.
  • Tenho feito muitas descobertas musicais e estou fascinada pela Keren Ann, melodias perfeitas, letras lindas, voz deliciosa.
  • Minha musa é a Janis Joplin, queria ser o Freddy Mercury e ter conhecido o Che Guevara, perco pro Al Pacino, idolatro o Marlon Brando, a Meryl Streep e a Cate Blanchet, Wagner Moura e Fernanda Montenegro atuando também me paralisam, Nina Simone cantando é tudo na vida, os livros do Dostoievsky nunca me cansam e o Gabriel Garcia Marquez me emociona...
  • Escritora de versos fajutos e prosa confusa, as vezes quando to triste compro um caderninho...
  • Bagunceira, mas bem mais organizada do que antes...
  • To começando a correr na praia (!)
  • Cozinheira de pratos simples (strogonoff é a minha especialidade!), ontém comprei camarão pra ver se me aprimoro...
  • Ando num momento questionador e de mudanças... ano passado cresci muito, e por mais doloroso que seja, crescer é bom...
  • Acredito em Deus como uma energia muito positiva, em Reencarnação, em evolução espiritual. Sou sensível às energias alheias e estou aprendendo a me defender.
  • Tenho aflição de barata, só mato com inseticida e só tiro com pá de lixo longa.
  • Não gosto de corredores (principalmente os muito longos).
  • Só durmo com a porta fechada.

Ah.. é mais ou menos por aí.

Ah! Tem gente que acha que tenho cara de psicopata, mas eu não costumo ter esses prazeres...

Chega.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Cidade Maravilhosa??


"POEMA DO BECO - Manuel Bandeira

Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco."


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Subúrbio Chico Buarque

Lá não tem brisa
Não tem verde-azuis
Não tem frescura nem atrevimento
Lá não figura no mapa
No avesso da montanha, é labirinto
É contra-senha, é cara a tapa
Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Olaria
Fala, Acari, Vigário Geral
Fala, Piedade
Casas sem cor
Ruas de pó, cidade
Que não se pinta
Que é sem vaidade

Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode, reggae
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Desbanca a outra
A tal que abusa
De ser tão maravilhosa

Lá não tem moças douradas
Expostas, andam nus
Pelas quebradas teus exus
Não tem turistas
Não sai foto nas revistas
Lá tem JesusE está de costas
Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Pavuna
Fala, Inhaúma
Cordovil, Pilares
Espalha a tua voz
Nos arredores
Carrega a tua cruz
E os teus tambores
Vai, faz ouvir os acordes do choro-canção
Traz as cabrochas e a roda de samba
Dança teu funk, o rock, forró, pagode
Teu hip-hop
Fala na língua do rap
Fala no pé
Dá uma idéia
Naquela que te sombreia
Lá não tem claro-escuro
A luz é dura
A chapa é quente
Que futuro tem
Aquela gente toda
Perdido em ti
Eu ando em roda
É pau, é pedra
É fim de linha
É lenha, é fogo, é foda
Fala, Penha
Fala, Irajá
Fala, Encantado, Bangu
Fala, Realengo...
Fala, Maré
Fala, Madureira
Fala, Meriti, Nova Iguaçu
Fala, Paciência...

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Essa poesia do Bandeira faz um sentido absurdo.
E essa música pra mim, é a mais genial do cd novo do Chico...

Moro no Rio há 3 anos. Amo esse lugar! Vivo no palácio de cristal, na Zona Sul. Quando quero dar uma de "social", vou pra Vila Isabel, São Cristovão, (Lapa agora é pop) curtir a noite, tem dias que a galera quer ir pra Vila Mimosa, pra dizer que foi... Encho a cara e volto pra minha cama confortável pra curtir a ressaca... Choro quando sou assaltada e, apesar de não gostar, passo reto quando vejo crianças pedindo esmola, afinal, "assistencialismo não resolve"...
Rezo um "Pai Nosso" e durmo com os anjos.

Cidade Maravilhosa??

A realidade que nos cerca, é sempre a mais urgente...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

É, isso, faz um blog!


- Mãe, to lendo o "Viver para contar", livro de memórias do Gabriel Garcia Marquez e to amando!

- Ah é? Que legal filha!

- Pois é, ele conta como se tornou escritor. Os livros dele são baseados em histórias que ele viveu ou ouviu! Muito bom! Eu já tinha gostado de "Cem Anos de Solidão" e agora to entendendo mais ainda.

- Ah! Eu ainda não li "Cem anos de solidão", mas seu pai adorou!

- Nossa, você tem que ler! Mas então, nesse livro de memórias ele comenta que sempre que ele lia um livro ele corria prum Café onde ele sabia que encontraria algum amigo com quem ele pudesse trocar idéias sobre a história, o autor e tal. Achei muito legal. Dá vontade de estar naquela época onde os intelectuais se reuniam e ficavam discutindo as grandes obras, os clássicos... Eu as vezes sinto falta de poder fazer isso, trocar idéias sobre livros, escritores, histórias...

- É, hoje em dia é difícil mesmo, mas ah, tem outras formas. Porque você não escreve, por exemplo, aí sempre que você terminar um livro pode escrever suas impressões.

- Nossa! Boa idéia... imagina só... pode ser até um blog, ou algo assim...

- É, isso, faz um blog!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008


"O Gato apenas sorriu quando viu Alice. Parecia de boa índole, ela pensou, mas não deixava de ter garras muito longas e um número respeitável de dentes, por isso ela sentiu que devia ser tratado com respeito

"Gatinho de Cheshire" começou um pouco tímida, pois não sabia se ele gostaria do nome, mas ele abriu ainda mais o sorriso. "Vamos, parece ter gostado até agora", pensou Alice, e continuou. "Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?"

"Isso depende bastante de onde você quer chegar", disse o Gato.

"O lugar não me importa muito...", disse Alice.

"Então não importa que caminho você vai tomar", disse o Gato.

"...desde que eu chegue a algum lugar", acrescentou Alice em forma de explicação.

"Oh, você vai certamente chegar a algum lugar", disse o Gato, "se caminhar bastante."

Alice sentiu que não havia como negar essa verdade, por isso tentou outra pergunta. "Que tipo de pessoas vivem por aqui?"

"Nesta direção", disse o Gato, girando a pata direita, "mora um Chapeleiro. E nesta direção", apontando com a pata esquerda, "mora uma Lebre de Março. Visite quem você quiser, são ambos loucos."

"Mas eu não ando com loucos", observou Alice.

"Oh, você não tem como evitar", disse o Gato, "somos todos loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca."

"Como é que sabe que eu sou louca?", disse Alice.

"Você deve ser", disse o Gato, "senão não teria vindo para cá." "