segunda-feira, 9 de junho de 2008

Fantasmas no país de Alice


Alice é uma garota feliz na maior parte do tempo. Cheia de vida e de curiosidade, quer descobrir o mundo com os cinco sentidos. Quer respirar cada segundo que tem pela frente como se fosse o único.

Na maior parte do tempo. Porque como qualquer ser humano, Alice precisa ser triste as vezes. Precisa ter duvidas, precisa poder chorar. Precisa se sentir feia, gorda, insuportavelmente chata e se trancar em casa para não ver ninguém. Algumas vezes também, ela precisa ser triste, mas não se isolar. Quer ganhar abraço, cafuné e palavras bonitas. Fraquezas de alguém imperfeito... como qualquer ser humano.

Quando Alice é triste ela desperta fantasmas adormecidos...
Esses fantasmas se alimentam de cinza. Não gostam de cor e vão fazer de tudo para que em sua cabeça não haja vibração. Eles conversam com ela e cada palavra é como um sopro frio, capaz de congelar o vermelho mais intenso.

A fraqueza de Alice não é ser triste às vezes. É ouvir o que dizem esses fantasmas dela mesma. E acreditar neles. É deixar que seu pensamento vá esfriando até não conseguir mais se mover.
Ela só consegue vencer a batalha quando olha pra trás e percebe que o tempo está passando, a vida está passando. Então, em vez de triste fica brava, muito brava. E sua cabeça esquenta e descongela as cores. E então volta a pensar rosa verde, azul... e volta a sorrir...

Atualmente Alice está na fase cinza . Volta a lutar com seus fantasmas mais assustadores, quando na verdade preferia se esconder debaixo da cama. Ela só quer dormir, mas no fundo tem a esperança de pensar colorido de novo... e dessa vez pra sempre...