quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Para minha amiga formanda!

A Re me pediu para escrever uma biografia para anexar juntos com as outras e fazer a Biografia de formatura. Acho que consegui escrever um depoimento... e resolvi publicar como homenagem a essa irmã que a vida me deu! Parabéns Rê!

A Renata? Bom… a Renata é daquele grupo seleto das melhores amigas. Daquelas em que confio de olhos fechados, boto a mão no fogo e bato em quem discordar !!! Ela é movida a paixão, a vontade. Sempre que lembro dela associo com vida.. bons momentos.

Eu conheci a Renata por acaso, através da nossa outra irmã superpoderosa, a Aninha. Conheci por acaso pra descobrir que deveria ter conhecido desde criança... e se isso não aconteceu é porque com certeza a gente ia acabar brigando pela roupa mais brilhante da Barbie ou algo assim! É, nada acontece por acaso. Já se vão 10 anos e posso dizer que não tenho mesmo nada pra reclamar dessa minha amigona.

Se eu fosse contar aqui todos os nossos casos, não ia mais ter espaço pra biografia nenhuma, né? E lembro de todos com um sorriso no rosto. Das risadas, das pizzas na minha casa (alguém tem aqueles cadernos?), das Dakotas da vida (ui!). Das ressacas físicas e morais (pula essa parte)... E as frases inesquecíveis? - “Volta pro mar oferenda”, “Ta se achando o último biscoito do pacote?”, “Avesantamaria!”, “Para o mundo que eu quero descer”, “Socooooorrroo”. Tem as frases recorrentes também: “Amiga, conheci o homem da minha vida!” – e aí eu ligo pra Ana Luiza preocupadíssima! Rezita, dona da sua vida é você. E seu príncipe, se não vai chegar a cavalo, vai chegar com todo o amor que você merece... e te digo... não deixo que seja qualquer um! Porque pra deitar no seu colo devia ter que fazer teste de merecimento! E como funciona esse colo. As paredes de nossas casas (e de alguns bares por ai rsrs) são testemunhas de quantas lágrimas eu já derramei nele! E olha... tem poder curativo essa menina.

Leal e companheira nas horas boas e ruins. Faz cafuné e puxa a orelha. Guerreira, batalhadora, que consegue se enrolar mais que novelo em pata de gato... Acima de tudo, a pessoa mais verdadeira que conheço. Não tem medo de ser o que é, nem de falar o que pensa. Acho que a palavra certa pra colocar aqui é admiração. Eu admiro cada sorriso e cada lágrima da Renata. Mesmo que as vezes eu dê umas broncas.... é que as vezes ela chuta o balde e sai fazendo loucuras, mas isso nada mais é do que a expressão de seu jeito apaixonado de viver. E quem se joga vive feliz mas também cai de cara no chão, e ela se recupera cada vez mais forte e mais linda. E continua acreditando. E vivendo. É, essa é a minha irmãzinha!

Rê... agora você tá formando... ai Meu Deus! E eu que acompanhei sua trajetória, que te vi morrendo de estudar fisiologia, que vi como você se encontrou na Educação Física, vou chorar na colação e vou te ver linda no baile. E vou sair carregada dele também! Porque a gente vai comemorar a sua formatura e a sua existência! Porque você merece comemorar todos os dias! To muito orgulhosa de você! E vou estar aí pra ver cada momento seu! Porque não tem distancia no mundo, que separe o que a gente já construiu e o que ainda vamos viver. E vê se vem me visitar no Rio, já to aqui há 5 aaannnoooss! (não disse que ela era enrolada?). Tudo bem, te amo demais e ponto.

- Sobre os "achismos" do post passado, respondi na mesma janelinha, ok? Beijos

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Música mágica 2

É possivel reviver momentos mágicos? Com essa pergunta na cabeça, Alice voltou ao apartamento boêmio da Praça Tiradentes. Aquele estrategicamente localizado em cima do Teatro Carlos Gomes...
E já ao entrar teve a resposta, e se sentiu realizada! Não é que aquele amigos tão queridos materializaram suas sensações!? Notas músicas penduradas do teto flutuavam em fios quase invisiveis - como ela escrevera! - tornando os sonhos realidade!

Na mesa, mais pra mesa de chá de Chapeleiro, balinhas, jujubas, pirulitos... pra deixar a boca doce como o ambiente. O ambiente, além do mais, tinha cartazes, velas e muitos diamantes faiscando por aí!

E a música??? Já mostrava sua energia logo na entrada, quando, da janelinha da porta só se viam cores e movimento! Muito batuque, muita dança, muita gente, muitos sorrisos, muitas vozes iluminadas.

Alice improvisou e cantou com duas flautas (quanta honra!). Aplaudiu e foi aplaudida, abraçou e foi abraçada! E bebeu e dançou e sorriu. Cheia de pessoas especiais ao seu redor. Sentiu-se plena mais uma vez. Mais uma vez artista. E mais uma vez teve a certeza de que nada é por acaso... Que certos encontros são do destino e que a vida é linda demais quando se vive a arte que ela tem!
Um brinde!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O suicida da sociedade

Estava andando na livraria do Unibanco Artplex (adoro!) e depois de levar horas para escolher 4 dentre os mil "Cadernos de Teatro" que queria levar, me deparei com uma pequena preciosidade. Artaud falando sobre Van Gogh! Fiquei com o livro na mão, duvidei.... Não comprei porque tive que escolher entre ele e os cadernos, e como ando prcisando estudar... mas com certeza será minha próxima aquisição. O livrinho é mesmo mágico com uma encadernação linda e palavras lúcidas sobre o que pra mim é um dos maiores gênios da arte em geral! Não resisti e li duas páginas que gravei no meu celular e, agora, transcrevo. Como gravei, não garanto a pontuação, apesar de ter tentado fotografar visualmente o máximo que pude.

-- E então, o que acham da visâo de Artaud? Divirtam-se:

"Van Gogh não morreu por um estado de delírio próprio e sim por ter servido corporalmente de campo a um problema em torno do qual desde suas origens se debate o espírito iníquo desta humanidade, que é da predominância da carne sobre o espírito ou do corpo sobre a carne, ou do espírito sobre um e outro.

E onde fica neste delírio, o lugar do eu humano? van Gogh buscou o seu durante toda a vida com uma energia e uma determinação estranhas. E ele não se suicidou num gesto de loucura, no transe de não consegui-lo mas, pelo contrário, acabara de consegui-lo e de descobrir o que ele era e quem ele era. Quando a consciência geral da sociedade para puni-lo por se ter desvencilhado dela, o suicidou.

E isso se passou com Van Gogh como de hábito se passa em uma suruba, uma missa, uma absolvição. ou tal ou qual de passa num rito de consagração, de possessão, de sucubação ou de incubação. Ela se introduziu então em seu corpo, essa sociedade

absolvida
consagrada
santificada
e possessa

apagou nele a consciência sobrenatural que acabara de conquistar. E, como uma inundação de corvos negros nas fibras de sua árvore interna, o submergiu no último mergulho, retmando-lhe o lugar, o matou. Porque é da lógica anatômica do homem moderno nunca ter podido nem pensado viver senão possesso. "

ANTONIN ARTAUD - Van Gogh, o suicida da sociedade - Tradução Ferreira Gullar,
Ed. José Olympio

E nasce PSICOPATAS

Parimos a criança!
Psicopatas nasceu! E como disse a Laura no Twitter, nasceu perfeitinho!

Ah o alívio da estréia! Eu nunca tinha vivido essa experiência: fazer um texto novo, desconhecido (foi brilhantemente escrito pelo Rodrigo Murat pra gente). Começamos a ensaiar em Abril, mas apesar disso nunca mostramos o ensaio pra ninguém. Foi mesmo uma coisa muito nossa!
Produção na base da caixinha! Sangue, suor e lágrimas. A questâo é, mergulhando de cabeça em um trabalho e ensaiando por tanto tempo, perdi completamente o distanciamento e - sendo algo que ninguém nuca viu - eu passei a não ter mais noção da reação do público ao que estávamos fazendo!

E assim, na maior TPE - a famosa Tensão Pré-Estréia - da minha vida, cheguei em Paraty após: engarrafamento na Brasil, uma Rio-Santos deplorável (e engarrafada também), e intermináveis 6 horas de viagem. Sexta a noite, a tempo de comer uma pizza memorável na Pizzaria da Cidade e de curtir a primeira night!

Sábado de manhã: sono, ressaca e cara de urso panda! Lá vamos nós ensaiar, passar luz, testar o figurino! B0m demais, mas aí a tensão já tava no nível do mau-humor. Acabado o ensaio, bora pra pousada dormir.

Espetáculo as 20 hs e a Lei de Murphy atua: Inacreditavelmente, sonhei que meu relógio estava uma hora adiantado! Acordei com o despertador as 17, achei que eram 16 (é sério...) e dormi de novo, acordando as 18. Olhei pra TV, o jogo tava acabando... PUTZ! Na minha confusão mental tive que ligar pro saudoso 130.
Em 10 minutos virei gente e corri pro teatro. Tava em tempo, mas a maquiagem da Glícia não é muito rapidinha não...

E ai... tudo pronto... a mão começa a ficar gelada, suar frio.... Pânico... ai meu Deus... a música da minha entrada... ai meu Deus... sobe a escada... to no palco... eu não... a Glícia!!
E as falas que eu achei que tinha esquecido, vem todas de novo!
E a Glenda entra... e o publico ri! Olha... estao rindo! Olha! Funciona!
Uhuu!

E assim... desço do palco com sensação de dever cumprido, com sensação de voltar pro palco, com sensação de estar fazendo algo legal!
Só felicidade e comemoração!

Domingo: descanso.... praia... passeios... e da-lhe espetaculo de novo. Bom demais! Outro dia de boa repercussão!

Voltei feliz! Apagada no carro, mas feliz... em paz! Como disse o Ro - que aguentou todo a minha ansiedade semana passada (isso é que é amigo!) - "Nossa, você com certeza está mais calma".

Mais do que tudo tava precisando subir no palco de novo! É um vício, uma terapia e uma delícia!

--- E agora posso contar: PSICOPATAS entra em cartaz no RJ a partir do dia 15 de outubro até meados de novembro, de quinta a domingo na Casa de Cultura Laura Alvim! Espero todos lá!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

At work

Escrevo diretamente do ensaio da banda!

Mais especificamente no ap dos meninos em cima do Teatro Carlos Gomes , com vista para a praça Tiradentes! Mais boêmio impossível! É quase como voltar no tempo!
O Leandro e o Bidu estão na sala fazendo um som enquanto o Pablo e o Tomaz não chegam. Eu to ouvindo feliz da vida e aproveitando a internet pra dar um alô por aqui.
O Marcinho ta feliz e contente cantando e dançando pela casa! Clima ótimo, grandes idéias!
O que estamos fazendo é bem diferente. E muito lindo!

Posso garantir um show pra lá de especial!

Mas por agora estamos é ensaiando para gravar as faixas que vamos mandar prum festival de música. To empolgadissima. Esse projeto está sendo feito com todo o cuidado do mundo! Tem música, teatro, dança, arte! Tem uma galera especial, cada um de um lugar diferente, que se juntou, colocou os desejos em pauta e está fazendo acontecer! Tem flauta, violões, percussão... É mesmo a menina dos meus olhos. To pensando pra caramba e o melhor: Cantando! E se quem canta os males espanta, nenhum mal me assombra mais!


Amanhã estou indo para Paraty! Maravilha de viagem! Maravilha de lugar! Fui só uma vez mas foi mesmo inesquecível!
E o motivo da ida é melhor ainda! Vai ter apresentação da peça!!

PSICOPATAS vem ai! Vai ser a primeira vez que apresentaremos e to uma pilha de nervos! TPE - Tensão Pré-Estréia (com acento!). Mas estamos ensaiando desde abril e acho que está bem legal. Uma comédia inteligente e muito bem escrita pelo talentosíssimo Rodrigo Murat, que dessa vez também assumiu a direção. É bom que vai ser um teste com o público para a nossa estréia em Outubro aqui no Rio.

É respirar e dar o sangue!

Vem mais projetos por ai! Alice a mil por hora! Fazendo arte!

Oooo delícia!



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Complexo de Alice

Depois de desdeletar (gostei dessa palavra) meu Canto, vou falar um pouco sobre ele.

Muitos me perguntam porque o blog se chama Canto de Alice. Para quem acompanha ou já acompanhou, dá pra entender melhor, pelas analogias e tal... Mas vamos lá:

Eu sempre gostei de histórias. Livros, filmes, peças. Gosto de coisas que se contam. Realidades paralelas, personagens...

O engraçado é que de criança eu nunca liguei muito pra tal loirinha de vestido azul e avental. Um dos motivos deve ser porque eu não era mais loira quando vi o filme (só fui loira até os 4 anos...). Eu gostava era da Bela. Cheguei ao ponto de decorar o filme. La Bella y La Bestia – porque eu morava na Espanha. Decorei e apresentei insolitamente aos 7 anos de idade, cantando e fazendo todos os personagens, no palco do teatro vazio (mas destrancado!) da Casa do Brasil em Madrid, enquanto meus pais montavam a exposição da minha mãe. Todo mundo parou pra ver e ganhei minha primeira platéia no que seria uma pré-estréia do meu futuro.

Voltando à Alice, eu vi a versão da Disney. Não lembro quando. Achei lindo. Mas ela não usava um vestido dourado, nem lia freneticamente. E eu achava muito estranho ela querer saber aonde o tal coelho ia se ele não tava nem aí pra ela (fragmentos de vida real?)! Deixei de lado e guardei as imagens bonitas.

Eis que na minha paixão literária, ano passado, conversando com algum amigo também aficionado aos tesouros de capa e papel, me dei conta de que nunca tinha lido o livro da Alice. Com as finanças restritas, fui numa livraria de Laranjeiras e achei um Pocket. Devorei na mesma madrugada. E fiquei completamente envolvida!
De repente percebi na pequena Alice aquela cabeça sonhadora, meio de artista, meio de vento, que sempre me acompanhou. E os outros personagens? Símbolos inteligentíssimos e perfeitos para cada ocasião. Gato de Chesire, Chapeleiro, Lebre... geniais!!

Me empolguei e li mais duas vezes. Depois comprei o pocket do “Alice no País dos espelhos” (O filme da Disney mistura os dois), com as flores cantoras, Humty Dumpty e Cia. Continuei embevecida! Procurei imagens no Google e descobri também que nem todas as Alices que se desenham por aí são loiras!

Meses depois resolvi fazer um blog. Tentei uma e outra vez... mas não tinha nome. Tentei vários. Nome de música, de filme, de livro. Cheguei no “Canto”... muitos significados...meu cantinho, meu canto, minha voz...

Mas Canto de que? Devo confessar que a Alice surgiu quase com uma pretensão de fazer algo meio mágico. Que remetesse a histórias e que levasse a um possível leitor a sensação de estar entrando num espaço reservado. Mas na verdade era mais uma peça da minha cabeça. Alice era mesmo uma identificação. Alterego de desabafo que vem me servindo desde então. Quando pego cenas de livro ou narro as minhas aventuras através dela, é como se pudesse me ver de fora. Me entendo melhor e vivo mais.
Não escapo das mil confusões que todo País das Maravilhas tem. Mas saio inteira e cada vez mais forte. Como ela.

Obrigada, Alice.

http://www.youtube.com/watch?v=QtP60NmDKqc

In a world of my own

Cats and rabbits
Would reside in fancy little houses
And be dressed in shoes and hats and trousers
In a world of my own

All the flowers
Would have very extra special powers
They would sit and talk to me for hours
When I'm lonely in a world of my own

There'd be new birds
Lots of nice and friendly howdy-do birds
Everyone would have a dozen bluebirds
Within that world of my own

I could listen to a babbling brook
And hear a song that I could understand
I keep wishing it could be that way
Because my world would be a wonderland

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Pois é...

… e depois que escrevi aquilo tudo no ultimo post, não é que deletei o blog???

Não sei bem porque... talvez por vergonha das minhas fraquezas, dos meus eternos desabafos, da eterna história que não termina(va) nunca.

Corajosamente fui lá e apertei o botão: Excluir Blog.

Tem certeza? Sim.

Claro que antes salvei os posts que não tinha, aqueles que escrevi direto na caixinha de postagem.

Ta... eu não sei quem fez o blogger, mas tem algo de psicólogo... ou o ser humano é mesmo previsível. Deletei e veio a mensagem: “Você tem 3 meses para se arrepender” !!! Sábia recomendação. Quer dizer: “Pense bem... você está deletando esse blog por impulso, ou raiva? Ou tem certeza que não quer mais escrever por aqui?”

Indecisa como só eu sei ser... pensei, pensei e pensei... e cheguei à conclusão de que queria mesmo era deletar certos momentos e não um blog inteiro. Queria meu canto de volta, só meu.
Não sei se funcionou, mas o efeito placebo é notável!

E chegando à essa conclusão, apertei o botãozinho mágico de “desdeletar” blog. Digno da ACME! Achei que ia manter o endereço, mas ter que recriar o layout e etc. Que engano. Quase como uma máquina do tempo lá estava tudo de novo, como se nunca tivesse sido injustamente relegado aos confins do espaço virtual.

Resolvi manter o último post, esse desabafo gigante e quase vergonhoso, com alma do avesso que me atravessou a garganta por dias.

Não há com o que se preocupar. Ferida dói mas depois fecha. Se ficar a cicatriz, incorpora-se.
Ando pensando em outras coisas.

Julho passou. Agosto começou e a vida voltou.

Minha casa ta um brinco. Minha cabeça tá no lugar.

Boas notícias, muito trabalho, e muita vontade de ser feliz toda hora! Com blog!

É isso aí!

-- Ah! mantive o deletamento do Canto de Lívia, no fundo sou mesmo uma eterna Alice.