quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Complexo de Alice

Depois de desdeletar (gostei dessa palavra) meu Canto, vou falar um pouco sobre ele.

Muitos me perguntam porque o blog se chama Canto de Alice. Para quem acompanha ou já acompanhou, dá pra entender melhor, pelas analogias e tal... Mas vamos lá:

Eu sempre gostei de histórias. Livros, filmes, peças. Gosto de coisas que se contam. Realidades paralelas, personagens...

O engraçado é que de criança eu nunca liguei muito pra tal loirinha de vestido azul e avental. Um dos motivos deve ser porque eu não era mais loira quando vi o filme (só fui loira até os 4 anos...). Eu gostava era da Bela. Cheguei ao ponto de decorar o filme. La Bella y La Bestia – porque eu morava na Espanha. Decorei e apresentei insolitamente aos 7 anos de idade, cantando e fazendo todos os personagens, no palco do teatro vazio (mas destrancado!) da Casa do Brasil em Madrid, enquanto meus pais montavam a exposição da minha mãe. Todo mundo parou pra ver e ganhei minha primeira platéia no que seria uma pré-estréia do meu futuro.

Voltando à Alice, eu vi a versão da Disney. Não lembro quando. Achei lindo. Mas ela não usava um vestido dourado, nem lia freneticamente. E eu achava muito estranho ela querer saber aonde o tal coelho ia se ele não tava nem aí pra ela (fragmentos de vida real?)! Deixei de lado e guardei as imagens bonitas.

Eis que na minha paixão literária, ano passado, conversando com algum amigo também aficionado aos tesouros de capa e papel, me dei conta de que nunca tinha lido o livro da Alice. Com as finanças restritas, fui numa livraria de Laranjeiras e achei um Pocket. Devorei na mesma madrugada. E fiquei completamente envolvida!
De repente percebi na pequena Alice aquela cabeça sonhadora, meio de artista, meio de vento, que sempre me acompanhou. E os outros personagens? Símbolos inteligentíssimos e perfeitos para cada ocasião. Gato de Chesire, Chapeleiro, Lebre... geniais!!

Me empolguei e li mais duas vezes. Depois comprei o pocket do “Alice no País dos espelhos” (O filme da Disney mistura os dois), com as flores cantoras, Humty Dumpty e Cia. Continuei embevecida! Procurei imagens no Google e descobri também que nem todas as Alices que se desenham por aí são loiras!

Meses depois resolvi fazer um blog. Tentei uma e outra vez... mas não tinha nome. Tentei vários. Nome de música, de filme, de livro. Cheguei no “Canto”... muitos significados...meu cantinho, meu canto, minha voz...

Mas Canto de que? Devo confessar que a Alice surgiu quase com uma pretensão de fazer algo meio mágico. Que remetesse a histórias e que levasse a um possível leitor a sensação de estar entrando num espaço reservado. Mas na verdade era mais uma peça da minha cabeça. Alice era mesmo uma identificação. Alterego de desabafo que vem me servindo desde então. Quando pego cenas de livro ou narro as minhas aventuras através dela, é como se pudesse me ver de fora. Me entendo melhor e vivo mais.
Não escapo das mil confusões que todo País das Maravilhas tem. Mas saio inteira e cada vez mais forte. Como ela.

Obrigada, Alice.

http://www.youtube.com/watch?v=QtP60NmDKqc

In a world of my own

Cats and rabbits
Would reside in fancy little houses
And be dressed in shoes and hats and trousers
In a world of my own

All the flowers
Would have very extra special powers
They would sit and talk to me for hours
When I'm lonely in a world of my own

There'd be new birds
Lots of nice and friendly howdy-do birds
Everyone would have a dozen bluebirds
Within that world of my own

I could listen to a babbling brook
And hear a song that I could understand
I keep wishing it could be that way
Because my world would be a wonderland

Um comentário:

Thiago Mendes Pontes disse...

C num sabe nems e quer ter o Blog heim?
HAiuhaiuhaiuahiauhiauha